Alexandre Medeiros (PhD, University of Leeds – Professor de Física e Astronomia, UFRPE)
SÉRIE DE TEXTOS: A FÍSICA NO DIA A DIA
AUTOR: Alexandre Medeiros
TÓPICO: AVALIAÇÃO DE DISTÂNCIAS e ÂNGULO DE VISADA: Perspectiva e Tamanho dos Objetos
TÍTULO DO ARTIGO: Por que em certas figuras, objetos reconhecidamente do mesmo tamanho, nos parecem de tamanhos muito diferentes?
Esse é um dos muitos efeitos que podemos categorizar como uma ilusão de ótica. Ele pode ser, por exemplo, evidenciado na figura ao lado, na qual dois monstrinhos idênticos são desenhados em duas posições diferentes da mesma. Embora as duas criaturas desenhadas sejam rigorosamente do mesmo tamanho (o que pode ser facilmente comprovado com uma régua), a impressão visual causada pela figura é bem diferente. Um dos monstrinhos parece ser bem menor que o outro. Qual deles nos parece menor? Justamente aquele que também nos parece estar mais perto de nós (os observadores) na figura. |
Mas, por que ocorre esta ilusão?
Porque estamos acostumados a representar objetos de mesmo tamanho em tamanhos menores quando estes estão mais distantes de nós.
Este fato, nem sempre percebido, de que as nossas interpretações de desenhos e de fotografias estão carregadas de um conhecimento anterior da realidade é que leva a ilusões de ótica.
Normalmente interpretamos o afunilamento da figura como um sinal de aprofundamento da cena, de um maior distanciamento do objeto representado em relação ao observador. Assim sendo, representamos, costumeiramente, objetos reconhecidamente de mesmo tamanho em proporções menores, na mesma proporção do referido afunilamento. Isso nos diz, então, que o objeto representado em tamanho menor, deve ser visto como estando mais distante do observador.
Quando, entretanto, propositalmente, mantemos (como no exemplo dos monstrinhos acima) o mesmo tamanho da representação do objeto na figura, sem atentarmos para o efeito de perspectiva (efeito de afunilamento) fazemos com que surja uma ilusão de ótica. As duas representações do monstrinho, por estarem sendo feitas nas mesmas dimensões, são subentendidas por ângulos de visada iguais. A nossa expectativa seria, então, a de que o monstrinho representado na região mais afunilada da figura correspondesse a um maior afastamento do observador. Assim sendo, esperaríamos que, caso fossem efetivamente de mesmo tamanho, o seu tamanho aparente fosse visto menor.
Portanto, a representação proposital dos dois monstrinhos nas mesmas dimensões, nos passa a ideia de que aquele que identificamos como o mais afastado deveria ser em verdade maior, já que o ângulo de visada por ele subentendido não diminuiu, como seria esperado se ele fosse do mesmo tamanho real. Esta ilusão tem sua base, portanto, no conflito entre a expectativa intuitiva que temos de uma certa representação visual dos tamanhos relativos dos objetos e aquela que de fato se apresenta na figura.
PARA CITAR ESTA FONTE: Medeiros, Alexandre. Por que em certas figuras, objetos reconhecidamente do mesmo tamanho, nos parecem de tamanhos muito diferentes? Física e Astronomia_Alexandre Medeiros, BLOG.
http://alexandremedeirosfisicaastronomia.blogspot.com/2011/10/fisica-no-dia-dia006-perspectiva-e.html. Acessado em 10 de Outubro de 2011. (atualizar a data)
http://alexandremedeirosfisicaastronomia.blogspot.com/2011/10/fisica-no-dia-dia006-perspectiva-e.html. Acessado em 10 de Outubro de 2011. (atualizar a data)
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