segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Cognição e Resolução de Problemas na Educação Química e na Educação Matemática

XI Encontro Nacional de Ensino de Química – ENEQ 2002 – (UFRPE – Recife, PE)

Cognição e Resolução de Problemas na Educação Química e na Educação Matemática

Mario José de Oliveira Thomaz Neto (Departamento de Matemática, Universidade do Estado do Pará), Cleide Farias de Medeiros (Departamento de Educação, UFRPE), Cláudio Câmara (Departamento de Química, UFRPE) & Alexandre Medeiros (Departamento de Física, UFRPE)

Palavras Chave: Educação Química, Problemas.
Introdução
A Educação em Ciências inclui, necessariamente, o ensino e a aprendizagem dos conceitos científicos e a formação de um corpo de conhecimentos organizados em uma determinada área. Entretanto, além de compreender os referidos conceitos e ter uma tal estrutura, é preciso que o estudante aprenda, também, a aplicar esse conhecimento na resolução de problemas. Deste modo, a temática da resolução de problemas tem assumido uma enorme importância na Educação Científica em geral. As pesquisas têm mostrado que os estudantes, muitas vezes, não compreendem os conceitos envolvidos nos problemas abordados ou que mesmo compreendendo-os não são capazes de transferirem adequadamente um tal conhecimento para dar conta de situações problemáticas. Confrontados com problemas em Educação Química, eles frequentemente adotam simples algoritmos ou obtêm até mesmo algumas respostas desencontradas1,2. Parece deste modo, ser uma necessidade premente o desenvolvimento de pesquisas que orientem a adoção de formas de ensino que possam auxiliar os estudantes nessa difícil tarefa de resolver problemas. Os estudos neste campo em Educação Química evoluíram acompanhando uma tradição de investigações já existente na área da Educação Matemática3,4 e que remonta aos trabalhos de Wertheimer e de Polya. Esta proximidade entre os estudos em resolução de problemas tanto na Educação matemática quanto na Educação Química pode ser benéfica às duas áreas. A presente pesquisa visa estreitar os laços já existentes entre as pesquisas nestes dois campos tornando-os explícitos. Para tal, este trabalho apresenta-se como uma investigação comparativa entre essas duas áreas da pesquisa educacional, estudando a potencialidade do seu terreno comum e delimitando, igualmente, as suas especificidades.

Resultados e Discussão
A presente pesquisa desenvolveu-se através de um uma extensa comparação de resultados apontados nos campos da Educação Matemática e da Educação Química. Os resultados da análise apontaram para a existência de pontos comuns, principalmente no tocante às recomendações de estratégias e à necessidade da existência de certos conhecimentos prévios para um enquadramento bem sucedido dos problemas em foco. Outros pontos comuns identificados foram a importância atribuída: ao papel desempenhado pelas variáveis cognitivas; à linguagem adotada nos enquadramentos; nas representações dos problemas e às suas expressões imagéticas. As diferenças apontadas na apresentação deste trabalho, são creditadas mais às especificidades temáticas desses dois campos. Entretanto, para além das diferenças existentes nas abordagens desenvolvidas nesses dois campos de pesquisa, delineou-se, sobretudo, tanto a importância do estudo das questões metacognitivas que estão subjacentes às escolhas efetuadas como do estudo das relações entre os contextos verbais’ e os contextos reais’dos problemas.

Conclusões
O presente estudo mostrou como o atual estágio de desenvolvimento das pesquisas em Educação Química e em Educação Matemática implica na necessidade de pesquisas comparativas que possam minimizar esforços, encontrando pontes e fontes de inspiração mútuas de lado a lado. Para além dos avanços propiciados pela busca de tais pontes descortina-se a própria construção de uma Educação nas Ciências mais holística que embora respeite a existência de especificidades pretenda-se a uma atividade multidisciplinar.

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1Lee, K., Tang, W., Goh, N. & Chia, L. Chemistry Education: Research and Practice in Europe. 2001, 2, 3, 285-301
2 Rodner, G. & Domin, D. Proceedings of the ICASE Summer Symposium. 1998, 160-182.
3 Medeiros, C F. Ciência & Educação. 2001, 7, 2, 209-234.
4 LeBlanc, J. Arithmetic Teacher. 1977, November, 16-20.

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