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sábado, 3 de dezembro de 2011

A Física do Cantor de Banheiro

Alexandre Medeiros (PhD, University of Leeds – Professor de Física e Astronomia, UFRPE)

SÉRIE DE TEXTOS: A FÍSICA NO DIA A DIA
AUTOR: Alexandre Medeiros
TÓPICO: REFLEXÃO e INTERFERÊNCIA DO SOM
TÍTULO DO ARTIGO: A Física do Cantor de Banheiro

Por que as pessoas parecem apreciar mais as suas próprias vozes ao cantarem no banheiro?

Cantar no banheiro faz com que a voz do “cantor” pareça, de fato, mais agradável.
Como a Física pode explicar este fenômeno?
Para compreendermos as razões deste efeito, é importante observarmos como as ondas sonoras são refletidas nos diversos obstáculos existentes em um ambiente e como elas interagem, então, para dar origem ao som que é ouvido ao final.
Quando um som qualquer é gerado em um determinado ambiente, ele viaja radialmente em todas as direções.


As ondas sonoras são do tipo compressão e rarefação, ou seja, são ondas longitudinais. A direção de vibração das partículas do meio transmissor (no caso nosso caso presente, o ar) vibram na mesma direção de propagação da onda sonora.
Quando essas ondas encontram obstáculos grandes (em comparação com o próprio comprimento da onda sonora) ou superfícies como paredes, elas mudam de direção. Se o obstáculo é algo poroso, como uma toalha, por exemplo, a energia da onda sonora é em boa parte absorvida e apenas uma pequena fração da mesma é espalhada em todas as direções, ou seja, difundida pelo ambiente.
Entretanto, quando a onda sonora colide com um obstáculo plano e rígido como, por exemplo, uma parede de azulejos; quase toda a energia transportada pela onda sonora é espalhada em uma direção muito bem definida, ou seja, ela é refletida de volta de acordo com a lei da igualdade dos ângulos de incidência e de reflexão.
A figura abaixo ilustra esse tipo de reflexão de uma onda sonora em uma superfície plana e rígida. Note-se que as frentes das ondas esféricas (linhas contínuas) incidem na parede e são refletidas como novas frentes de ondas esféricas (linhas tracejadas) de volta à fonte emissora. O som refletido parece provir de uma imagem sonora virtual, em uma ótima analogia ao caso ótico da reflexão da luz diante de um espelho plano.

A imagem sonora está localizada à mesma distância atrás da parede que a fonte sonora está à frente da mesma. Este é o caso de uma simples reflexão em uma única superfície refletora.
Entretanto, em um banheiro retangular, há seis superfícies refletoras (quatro paredes, mais o chão e o teto). Neste caso, a fonte sonora tem não apenas uma, mas seis imagens distintas; uma imagem diferente para cada uma das referidas superfícies. E cada uma dessas imagens atua para o banhista-cantor como uma fonte sonora a lhe enviar de volta energia.
Acrescente-se ainda a essas seis imagens, as imagens das mesmas e assim por diante. Tantas reflexões têm como resultado uma situação bastante complexa. Contudo, ao computarmos a intensidade sonora total recebida pelo banhista, todas essas contribuições individuais de cada uma dessas imagens precisam ser levadas em conta.
Essas múltiplas reflexões sonoras providas pelas superfícies refletoras criam um ambiente acusticamente prazeroso. Isso porque as pequenas dimensões e a rigidez das superfícies envolvidas dão origem a diversos tipos de interferências que geram ondas estacionárias, reverberações e ecos, conferindo à voz do banhista uma sonoridade enriquecida.
Este enriquecimento acústico significa a presença de uma vasta gama de harmônicos superiores para cada tom percebido. E é isso, em uma linguagem figurada, que dá a “cor do som”, ou que em outras palavras, define o seu timbre. Em banheiros, este enriquecimento é particularmente notável para os sons mais agudos. Em outros ambientes mais amplos ou repletos de obstáculos absorvedores, são exatamente esses tons mais altos (agudos), os primeiros a serem absorvidos.
Este enriquecimento é um resultado também do fato de que todos os objetos têm uma frequência natural de vibração e particularmente os objetos rígidos encontrados em um banheiro têm frequências naturais de vibração muito altas. Isso faz também com que elas vibrem em ressonância com os sons mais agudos presentes no ambiente.
Assim sendo, o enriquecimento da voz em um banheiro é uma consequência natural da sua própria geometria e da Física inerente ao referido ambiente.

PARA CITAR ESTA FONTE: Medeiros, Alexandre. A Física do Cantor de Banheiro. Física e Astronomia_Alexandre Medeiros, BLOG.
http://alexandremedeirosfisicaastronomia.blogspot.com/2011/12/fisica-do-cantor-de-banheiro.html. Acessado em 03 de Dezembro de 2011. (atualizar a data)

A Biofísica da Altura da Voz Humana

Alexandre Medeiros (PhD, University of Leeds – Professor de Física e Astronomia, UFRPE)

SÉRIE DE TEXTOS: A FÍSICA NO DIA A DIA
AUTOR: Alexandre Medeiros
TÓPICO: FREQUÊNCIA E ALTURA DO SOM
TÍTULO DO ARTIGO: A Biofísica da Altura da Voz Humana

Qual o Motivo Físico da Voz das Mulheres ser geralmente mais Aguda que a dos Homens?
A distinção entre sons graves e agudos está ligada a uma característica fisiológica da percepção sonora que é conhecida como a altura do som. Esta característica fisiológica, por sua vez, está intimamente relacionada a uma propriedade física das ondas sonoras: a sua frequência. Deste modo, associa-se a percepção de sons mais agudos com a recepção de ondas sonoras de frequências mais altas, assim como a percepção de sons mais graves com a recepção de ondas sonoras de frequências mais baixas. Por outro lado, a voz humana é produzida pela vibração das cordas vocais situadas na laringe, conforme mostra a figura abaixo. A frequência da onda sonora produzida (e assim sendo, a altura a ser percebida) é determinada pelo comprimento e pela tensão das referidas cordas vocais.


Deste modo, quanto menor for o comprimento das cordas vocais e quanto maior for a tensão nas mesmas, tanto maior será a frequência da vibração por elas produzida e tanto mais agudo será o som percebido. A título de comparação: as cordas vocais de um homem adulto têm, em média, de 17 mm a 25 mm de comprimento, enquanto as cordas vocais femininas têm um comprimento em média entre 12,5 mm e 17,5 mm. Assim, pelo fato das mulheres e também das crianças, apresentarem em geral cordas vocais bem mais curtas e mais tensas, elas possuem vozes comumente mais agudas que as dos homens.


PARA CITAR ESTA FONTE: Medeiros, Alexandre. A Biofísica da Altura da Voz Humana. Física e Astronomia_Alexandre Medeiros, BLOG.
http://alexandremedeirosfisicaastronomia.blogspot.com/2011/12/biofisica-da-altura-da-voz-humana.html. Acessado em 03 de Dezembro de 2011. (atualizar a data)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Proteção Acústica Grega contra Solapadores de Muralhas

Alexandre Medeiros (PhD, University of Leeds – Professor de Física e Astronomia, UFRPE)

SÉRIE DE TEXTOS: A FÍSICA NO DIA A DIA
AUTOR: Alexandre Medeiros
TÓPICO: RESSONÂNCIA
TÍTULO DO ARTIGO: Proteção Acústica Grega contra Solapadores de Muralhas

Como os antigos gregos conseguiam descobrir os locais dos túneis subterrâneos que estavam sendo construídos pelos inimigos romanos sob suas muralhas?


Se os romanos criaram a técnica dos solapadores (escavadores de túneis para a destruição de muralhas), os gregos criaram uma técnica contrária para descobrirem o local preciso de tais túneis. Eles faziam pequenos buracos nas paredes das suas muralhas e neles fincavam bastões horizontais. A outra extremidade dos bastões era apoiada na parte convexa de seus escudos metálicos. Assim, a concavidade dos escudos ficava voltada para o interior da fortaleza.


Tais escudos eram dispostos a cada metro e meio de distância ao longo da muralha. O ruído provocado pela escavação de um túnel subterrâneo fazia com que os escudos dispostos na muralha e mais próximos do mesmo vibrassem em ressonância com os ruidos da escavação. Deste modo, a intensidade do som era amplificada pelo formato côncavo dos referidos escudos e a vibração detectada denunciava o local da escavação invasora.
Orifícios estreitos eram então escavados verticalmente pelos defensores gregos em busca dos tais túneis inimigos. Através de desses orifícios era então bombeada uma fumaça tóxica com o auxílio de foles.
A fumaça era produzida pela queima de penas de aves misturadas com plantas venenosas e enxofre produzindo amônia e outros gases tóxicos que asfixiavam os escavadores dos túneis.

PARA CITAR ESTA FONTE: Medeiros, Alexandre. Proteção Acústica Grega contra Solapadores de Muralhas. Física e Astronomia_Alexandre Medeiros, BLOG.

sábado, 15 de outubro de 2011

Investigando o Rói-Rói

Em Outubro de 1999 publiquei um artigo em conjunto com um ex-estudante e orientando de Mestrado na revista Ciência Hoje das Crianças (Ano 12, N. 96, Outubro de 1999) sobre o tema da Física dos Brinquedos. O seu título era: Investigando o Rói-Rói. O artigo não estava ON LINE e por isso eu o passei agora para o meu BLOG. Confiram logo abaixo:













































































































































sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Distorções Conceituais dos Atributos do Som presentes nas Sínteses dos Textos Didáticos: Aspectos Físicos e Fisiológicos

Em 1998 publiquei um artigo com um ex-orientando meu sobre parte de seu trabalho de Mestrado na revista Ciência & Educação (Vol. 5, N. 2, pp.01-13). O título do artigo era: Distorções Conceituais dos Atributos do Som presentes nas Sínteses dos Textos Didáticos: Aspectos Físicos e Fisiológicos. O texto está ON LINE e o LINK encontra-se logo abaixo:

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Pato Donald no Mundo da Música: A Acústica das Cordas Vibrantes

Mais DESENHOS ANIMADOS com conteúdo científico. Agora o PATO DONALD vai ao Mundo da Música. Este CARTOON é um clássico ainda dos tempos em que o próprio Walt Disney acompanhava de perto a confecção artesanal dos desenhos. Ele explica de forma bem divertida as noções da Acústica das NOTAS MUSICAIS em CORDAS VIBRANTES ao alcance de crianças.