sábado, 3 de dezembro de 2011

A Física nas Contusões Futebolísticas

Alexandre Medeiros (PhD, University of Leeds – Professor de Física e Astronomia, UFRPE)

SÉRIE DE TEXTOS: A FÍSICA NO DIA A DIA
AUTOR: Alexandre Medeiros
TÓPICO: MOMENTO LINEAR: CHOQUES FRONTAL E LATERAL
TÍTULO DO ARTIGO: A Física nas Contusões Futebolísticas

Em uma partida de futebol, o joelho de um zagueiro chocou-se frontalmente e em alta velocidade com a lateral do joelho de um atacante. Na sequência do lance, o pé do zagueiro ficou preso ao chão, enquanto o atacante voou sobre o zagueiro. Ambos não se machucaram com gravidade, mas o zagueiro pediu para ser substituído imediatamente, enquanto o atacante permaneceu em campo. Por que?

O zagueiro estava com um dos pés firmado ao chão e assim permaneceu após a colisão frontal do seu joelho com o do atacante. Este, por seu lado, vinha em alta velocidade e projetou-se no ar ao colidir a lateral do seu joelho com a parte central do joelho do zagueiro.
Ambos tiveram sorte em não se machucarem gravemente na referida colisão como explicaremos a seguir, visto que eles escaparam de perigosas torções em seus joelhos que poderiam ter ocasionado sérias rupturas nos ligamentos. A possibilidade de torção do joelho do atacante teria sido maior se não fosse o fato de o mesmo ter saltado sobre o zagueiro. Caso o seu pé houvesse ficado preso ao chão, a possibilidade de torção do seu joelho teria sido muito grande.
Por outro lado, o zagueiro ficou com o seu pé preso ao chão, mas teve a sorte de que o choque em seu joelho foi frontal, atingindo exatamente o centro do mesmo. Isso também reduziu consideravelmente a possibilidade de torção. Apesar de não haverem sofrido torções, o impacto sentido pelo zagueiro foi mais doloroso, em que pese os valores das forças exercidas entre seus joelhos terem sido obrigatoriamente iguais devido à terceira lei de Newton (ação e reação). Apesar da igualdade dessas forças, os seus efeitos não foram iguais, pois a direção da força impulsiva do choque em relação ao joelho do zagueiro foi perpendicular ao mesmo e central e neste caso a transferência do momento linear foi máxima. Já no caso do atacante, como a colisão foi lateral, apesar da força ter tido a mesma intensidade, o seu efeito foi bastante reduzido, visto que a componente central ao joelho do atacante foi apenas uma fração do valor total da intensidade da força exercida sobre o mesmo.

PARA CITAR ESTA FONTE: Medeiros, Alexandre. A Física nas Contusões Futebolísticas. Física e Astronomia_Alexandre Medeiros, BLOG.

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